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Ensino à Distância

Postado dia - 12/05/2020


Desde o dia 23 de março de 2020, o Instituto Federal do Tocantins (IFTO) está ofertando as aulas através de meios digitais, em vez das aulas presenciais, devido a pandemia do Coronavírus (Covid-19). A substituição foi autorizada pelo Portaria nº 343/2020, publicada pelo Ministério da Educação (MEC).

A Direção do SINASEFE - Seção Sindical IFTO publicou uma nota logo após a portaria alertando sobre as dificuldades que poderiam surgir tanto para os alunos, quanto para os Docentes. E hoje com a não suspensão do calendário acadêmico colhem-se os frutos deste golpe contra a Educação Pública e de qualidade.

Segundo Igor Barbosa, Professor do IFTO/Campus Porto Nacional, após a EAD, ele teve que se atualizar de novas ferramentas para ministrar as aulas, além de perceber pouca participação dos estudantes nos ambientes virtuais:

"Nas turmas em que trabalho, no Curso Superior de Logística, a situação identificada é a seguinte: 57% não tem computador em casa; 19% não tem acesso à internet. Percebo meus alunos desmotivados com o sistema de aulas atual, sobretudo, em razão de suas próprias limitações (tecnológicas, financeiras, etc.) para estudar no seu ambiente doméstico, agravada com as restrições de circulação que a crise sanitária nos impõe. Com isso, noto uma participação relativamente baixa nas atividades postadas no AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, sejam elas assíncronas, ou mesmo nas videoconferências que faço com as turmas", pontua Igor.

É importante destacar também que atuação docente em atividades de ensino à distância requer capacitação, infraestrutura e planejamento conjunto com os Coordenadores Gerais dos Cursos, o que neste momento é inviável de obtermos no tempo requerido, dada as circunstâncias.

A estudante do Ensino Médio Integrado em Informática para Internet, Ana Luísa de Santana, moradora da zona rural, relata que tem passado por diversas limitações: "Quando começou as aulas EaD eu entrei em desespero, pois na minha região a qualidade da internet é muito ruim. Não consigo assistir às videoaulas dentro do prazo e, consequentemente, não consigo entregar minhas atividades. inclusive meu Google Class está com várias atividades pendentes. A verdade é que essas aulas à distância não estão sendo benéficas para aprendizado algum. Sem contar que o ensino é corrido e compromete a qualidade e a aprendizagem de nós, estudantes", finaliza.

O SINASEFE - Seção Sindical IFTO defende a suspensão imediata do calendário escolar de todas as Universidades – Federais, Estaduais e Municipais - e Institutos Federais. Não é possível manter a normalidade dentro das instituições, logo, as mesmas devem ter suas atividades suspensas até que a crise passe.